Barbara

Barbara é um travesti que estava preso no Carandiru. Essa personagem dramática inspirou um conto de Drauzio Varella e esse conto acabou tornando-se um projeto teatral produzido e interpretado por um amigo que o tempo se incumbiu de afastar. Após ter lido o conto, e o texto da peça, decidi assistí-la.

O projeto por si só já é muita bacana. Dois autores, Duas visões e o mesmo conto. Mesmo meses depois de assistí-la as figuras fortes de Barbara, Xale, Faustino e Galega não saem de minha cabeça. Por isso a mensagem no meu blog.

Me arrisco a criticá-los , mas o faço com a sensação que me deixaram. Ivam Coimbra é performático, incisivo e assustador. Nos constrange e inquieta atodo momento. Maria Gandara, na pele de Galega, é uma atriz rara e de uma delicadeza perturbadora. Fabio Penna é denso e discreto e ainda me evoca uma angústia indizível .

Mas a melhor surpresa da noite, foi a interpretação forte e visceral de Darson Ribeiro no papel de Xalé. Sua rudeza e masculinidade dão força ao personagem e o coloca em uma esfera de poder quase inatingível. Já Fusco ( agora com K) se atreve a dar vida a seus projetos e a Faustino de forma ingênua e quase rural. Um verdadeiro milagre nos dias de hoje.

Barbara deve voltar e com ela sua trupe. Aguardemos